quarta-feira, 26 de outubro de 2016

A garota no trem (2016) - Muito propõe e pouco entrega!


MUITO PROPÕE E POUCO FUNCIONA

O filme segue a história de Rachel (Emily Blunt): uma mulher divorciada atormentada por traumas passados e que se afoga em bebidas alcoólicas. Diariamente ela pega o mesmo trem e sempre presta atenção no cotidiano dos moradores, mas em especial de Megan (Haley Bennett), a babá dos filhos do ex-marido com outra mulher. A trama tem início quando Megan desaparece e Rachel se torna uma suspeita do caso. O filme aborda diferentes núcleos e diferentes tempos, na maioria das vezes isso não fica claro e confunde o espectador. Outro aspecto em que o roteiro não funciona é o grande número de conveniências que apresenta, tornando vários dos eventos pouco críveis e sem credibilidade.
A fotografia do filme tem pontos interessantes, em certos momentos que mostram Rachel bêbada a câmera fica levemente trêmula e desfocada mostrando ao público o estado dela. Considerando que o filme tem uma fotografia azulada, ele acerta ao mostrar uma fotografia com uma tonalidade mais quente quando mostra Megan, uma personagem muito sexualizada durante o filme.
A obra acerta em certos artifícios que enriquecem a trama, como Rachel bebe muito ela acaba esquecendo um evento crucial para a trama. A montagem mostra vários flashes do acontecimento fora de contexto e bota uma pulga atrás da orelha do público.
A atuação da Emily Blunt é um dos pontos mais fortes do filme, diferente de com outros personagens o roteiro trabalha a favor dela. Uma virada Na trama que acontece no final do segundo ato ajuda a atriz a crescer ainda mais.
O filme vai apresentando diversos elementos e prepara a história para uma revelação no final, mas vai por água abaixo no fim do segundo ato. A conclusão do filme é muito jogada e preguiçosa, de repente o roteiro fica piegas e tem direito até a frase motivacional no fim do filme.
Tendo seus acertos e erros, “A garota no trem” é um filme que vai trilhando um caminho, mas confunde o espectador e a si mesmo apresentando um final esperado de um filme medíocre de mistério. A ótima atuação de Emily Blunt, a direção competente de Tate Taylor e a trilha sonora de Danny Elfman fazem com que o filme não seja um completo fiasco.

NOTA 6/10


Por: L. Denipoti

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