MUITO PROPÕE E POUCO FUNCIONA
O filme segue a história de Rachel (Emily Blunt): uma mulher divorciada atormentada
por traumas passados e que se afoga em bebidas alcoólicas. Diariamente ela pega o
mesmo trem e sempre presta atenção no cotidiano dos moradores, mas em especial
de Megan (Haley Bennett), a babá dos filhos do ex-marido com outra mulher. A trama
tem início quando Megan desaparece e Rachel se torna uma suspeita do caso.
O filme aborda diferentes núcleos e diferentes tempos, na maioria das vezes isso não
fica claro e confunde o espectador. Outro aspecto em que o roteiro não funciona é o
grande número de conveniências que apresenta, tornando vários dos eventos pouco
críveis e sem credibilidade.
A fotografia do filme tem pontos interessantes, em certos momentos que mostram
Rachel bêbada a câmera fica levemente trêmula e desfocada mostrando ao público o
estado dela. Considerando que o filme tem uma fotografia azulada, ele acerta ao
mostrar uma fotografia com uma tonalidade mais quente quando mostra Megan, uma
personagem muito sexualizada durante o filme.
A obra acerta em certos artifícios que enriquecem a trama, como Rachel bebe muito
ela acaba esquecendo um evento crucial para a trama. A montagem mostra vários
flashes do acontecimento fora de contexto e bota uma pulga atrás da orelha do
público.
A atuação da Emily Blunt é um dos pontos mais fortes do filme, diferente de com
outros personagens o roteiro trabalha a favor dela. Uma virada Na trama que acontece
no final do segundo ato ajuda a atriz a crescer ainda mais.
O filme vai apresentando diversos elementos e prepara a história para uma revelação
no final, mas vai por água abaixo no fim do segundo ato. A conclusão do filme é muito
jogada e preguiçosa, de repente o roteiro fica piegas e tem direito até a frase
motivacional no fim do filme.
Tendo seus acertos e erros, “A garota no trem” é um filme que vai trilhando um
caminho, mas confunde o espectador e a si mesmo apresentando um final esperado
de um filme medíocre de mistério. A ótima atuação de Emily Blunt, a direção
competente de Tate Taylor e a trilha sonora de Danny Elfman fazem com que o filme
não seja um completo fiasco.
NOTA 6/10
Por: L. Denipoti
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