segunda-feira, 25 de julho de 2016

Crítica Stranger Things: Uma aula de como fazer uma homenagem contando um boa história.


Stranger Things é uma grande homenagem aos anos 80. Fato que não é negado pelos criadores da série, os irmãos Duffer. Do roteiro à cenografia, a série é recheada de referências e easter eggs organicamente colocados ao longo da temporada. Apesar disso, o grande mérito da série é a construção dos personagens e o desenrolar dos mistérios, que fazem o espectador ter grande interesse pela série, mesmo que não sinta a nostalgia dos anos 80.


A série tem como ponta pé inicial o desaparecimento de Will (Noah Schnapp) após uma partida de RPG com os amigos Mike (Finn Wolfhard), Dustin (Gaten Matarazzo) e Lucas (Caleb McLaughlin). A partir daí, seus amigos começam uma busca por will, mas várias "coisas estranhas" acontecem, como o aparecimento de Eleven (Millie Bobby Brown), uma estranha menina com estranhas habilidades.


Os quatro garotos são um grupo muito próximo de crianças com muita imaginação, coragem e referências nerds. A série consegue entregar nas crianças o balanço perfeito entre ludicidade, que é intrínseca à idade, e o realismo, que impede que elas se pareçam com crianças de séries do disney channel, que são plásticas, irreais e incapazes de falar um palavrão.


Mesmo sendo ótimo acompanhar os meninos tentando encontrar will com ajuda de Eleven, a série acerta ao possuir várias outras linhas narrativas que são tão interessantes quanto. A mãe Joyce (Winona Ryder), inconformada com o sumiço do filho, e o xerife Hopper (David Harbour), que está determinado em resolver o mistério, são os adultos da série. Já Nancy (Natalia Dyer) e jonathan (Charlie Heaton) são os adolescente que também tentando entender o que está acontecendo.


Todas essas linhas narrativas dão diferentes pontos de vista do mistério e todas elas tem imensa relevância para a trama da história. Não há um núcleo que não seja interessante e nada é desperdiçado. A medida que as tramas convergem, mais clara fica a história para os personagens.


A série consegue alternar muito bem entre o tom aventuresco das crianças e o suspense muito bem construído de uma caçada de outros personagens na floresta à noite. Desse modo, a série consegue atingir todos os públicos e gostos.


A construção dos personagens é sublime. Todos têm diferentes personalidades, motivações e todos eles evoluem. Como uma série dos anos 80, seria fácil que todos os personagens fossem caricaturas. Entretanto, exceto alguns personagens secundários, como os valentões, todos os personagens são muito bem desenvolvidos. Até o Steve (Joe Keery), o "bad boy" bonitão do colégio, tem uma evolução interessante.


Além do ótimo roteiro, direção e direção de arte, a série se torna duas vezes mais divertida ao tentarmos encontrar todas as referências, como a relação da eleven com o as crianças que é uma clara referência a E.T.-Extraterestre. Dessa forma Stranger Things consegue ser nostálgica sem depender disso para ser boa.



Por: Gustavo Tavares
Twitter: @gustavogct1

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...