segunda-feira, 14 de março de 2016

Crítica da quarta temporada de House of Cards


House of cards chega ao seu ápice em uma temporada focada no casal underwood e no marketing.

A série deixa de lado tramas secundários, que geralmente são desinteressantes, e se dedica de vez à jornada de Frank (Kevin Spacey), Clair (Robin Wright) e o estranho relacionamento entre os dois. Entender esse casal não é uma tarefa fácil, os dois não são nada românticos ou carinhosos, mas ambos têm uma capacidade incrível de conhecer e compreender o outro. Mais do que um casal, os underwood são parceiros que só tem um objetivo, o poder.


Essa temporada proporciona a oportunidade de vê-los separados, agindo um contra o outro, em um jogo de xadrez político no qual ambos se machucam. A série se entrega à dinâmica do casal, mostrando a interdependência dos dois.


A série tem grandes momentos durante toda a temporada. Grandes discursos, grandes traições, grandes descobertas. E lógico, Frank resolvendo magistralmente seus problemas e os transformando em problemas dos seus inimigos. Além disso, os objetivos são alterados. Se antes house of cards era sobre os bastidores de Washington, troca de favores e corrupção, agora a série foca no marketing. Em ano eleitoral, cada palavra é medida e cada segundo de TV contado. Todos os passos são analisados para dar um boa impressão ao eleitorado. A troca de favores e ameaças continuam nos bastidores, porém não é mais o foco da série.

As temporadas anteriores deixaram evidente que Frank está disposto a tudo pelo poder, mas a cada episódio mais psicopatia exala por seu olhar. E se no final da terceira temporada a Clair parece ter um surto de consciência após a morte de um ativista preso, nessa temporada ela retorna sem nenhum escrúpulo, fria e determinada, passando por cima até da própria mãe, com quem tem ótimas cenas, para conseguir o que almeja. A junção da psicopatia com a determinação dos dois resulta em vários momentos de suspense que se sucedem ao longo de toda temporada. Os acordos parecem cada vez mais difíceis e as ameaças mais aterrorizantes.

A temporada não é perfeita, plots que perdem importância são simplesmente esquecidos sem muitas explicações, como o american works, que era a plataforma principal de Frank em Iowa, mas já é esquecida em New Hampshire. Só que nosso interesse, assim como o do frank, não é em políticas públicas, mas no jogo de poder. Nesse jogo, house of cards continua sendo impecável.




Por: Gustavo C. Tavares

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